Dicas do especialista Nepal

Nepal: O lugar das tradições entre as montanhas

Com oito dos pontos mais altos do mundo, o Nepal é visitado principalmente para o alpinismo. E sobre falar em alturas, a maior paixão em Dolpa (ou Dolpo), um dos vales mais altos com limites em Dhaulagiri ao sul e a leste, é o lago Phoksundo. De azul-turquesa em toda a sua vista, o lago encena as caravanas que passam por ali acompanhadas por cavalos e yaks.  Ali, a proximidade do Tibete é bem evidente no estilo de vida.

 

Contrastando com aquele ritmo visto em Dolpa, vem Kathmandu. Capital do país, a cidade é a fusão das antigas tradições com a modernidade típica de uma cidade grande. Nas paradas obrigatórias estão a Estupa Boudhanath, o Templo Swayambhunath, o Monastério Kopan de cores vibrantes e o Templo Pashupatinah. Se você passar aqui na primavera, é certo que encontrará o grande Festival Maha Shivaratri que atrai centenas de milhares de devotos do Nepal e da Índia. Ainda, você terá que passar pelo Templo Monkey, o mais antigo santuário do vale, e pela Durbar Square, de monumentos e templos muito famosos. Para as compras, vá até o Distrito de Thamel, que tem ruas bem movimentadas e cheias de opções para souvenirs, roupas e comida. E, mesmo se o cansaço bater, prefira andar a pé por essa região, já que é relativamente pequena e as ruas são estreitas.

 

A 3 km de Kathmandu, as bordas do rio Bagmati alcançam Deupatan, Jaya Bageshori, Gaurighat (do Banho Sagrado), Kutumbahal, Gaushala, Pingalasthan e a floresta Sleshmantak. Na conta total são 492 templos. É de impressionar! E, em termos de hospitalidade, você não será estrangeiro(a) por muito tempo. Um costume local muito comum é perguntar “você já tomou seu chá?” ou “você já almoçou/comeu?” e, se a resposta for negativa, a chance é grande de ser convidado(a) para tomar chá ou comer na casa de alguém. E sobre falar em comida, apesar dos pratos mais conhecidos serem o dhal-bat (arroz e lentilha) e os momos (bolinhos de massa fritos ou cozidos), a cozinha nepalesa não tem algo muito definido como típico. Mas com certeza o sabor Newari e Thakali são únicos. E vale saber que a maioria das pessoas aqui não usam talheres para comer, e sim a mão direita.

 

Programe-se | No Vale de Kathmandu, há duas estações mais definidas: de maio a julho (verão), com temperaturas e umidade geral mais altas; e de dezembro a fevereiro (inverno), com temperaturas mais baixas e chuvas esparsas. Os melhores dias para visitar Ilam, a leste de Kathmandu, famoso pelos jardins de chás, são de outubro a dezembro e de fevereiro a abril. Já ao norte, no verão os dias são mais frios e os invernos, severos. Enquanto isso, o verão no sul tende a ser mais parecido com o clima tropical e os dias de inverno são mais amenos. Em Terai, ao sul do Nepal, a temperatura pode exceder 37ºC  no verão e, geralmente, entre 7ºC e 23ºC no inverno. Nas regiões montanhosas, entre colinas e vales, no verão podem acontecer as temperaturas negativas. Os melhores períodos para fazer trekking é durante a primavera e os céus mais claros aparecem depois da monção, em outubro e novembro. Se você visitar o Nepal em meados de agosto e começo de setembro, é bem possível que você participe do Festival Indra Jatra, quando a Kumari (“princesa”, em sânscrito) atravessa a cidade no palanquinho. Muitos homens mascarados, os lakhay, e devotos dançam uma música tradicional da cultura Newari e empurram os carros de Lorde Indra e Kumari. O festival comemora o tempo em que Indra desceu do paraíso em sua forma humana na procura por uma erva.

 

Experimente | No templo Kirateshwar Mahadev, em Kathmandu, acontecem apresentações do concerto organizado pelo instituto Kirateshwar Sangeet Ashram. Mas não é sempre que o grupo se apresenta, a agenda inclui somente as noites de lua cheia e, geralmente, começa às 16h.

 

Achados | O canal do Youtube Naturally Nepal tem uma das melhores coleções de vídeos, desde os destinos favoritados, como Kathmandu, até os não muito conhecidos, como Dolpa.

 

Não esqueça | Para visitar algumas regiões, especialmente as mais próximas às fronteiras, é preciso solicitar permissões para acessar as áreas restritas.